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A diferença entre um Chefe e um Líder

Desde Platão o assunto liderança vem sendo discutido, e uma “fórmula secreta para criar um líder perfeito” é teorizada nas mais diversas áreas, como psicologia, sociologia e teoria da administração. Tal fórmula ainda não foi criada, mas ainda assim, de cada teoria, podemos retirar algo que nos faça evoluir como pessoa e como líder.

E um dos maiores equívocos no mundo corporativo atual é o de acreditar que estar em um cargo de chefia, faz de você um líder. Em tempos de empoderamento, onde todos acreditam que podem liderar ou exercer cargos de liderança, um bom líder deve fazer mais do que delegar tarefas e cobrar resultados. Deve-se encontrar meios de engajar pessoas, inspirar confiança e lealdade, incentivar comprometimento com os objetivos da empresa, para por fim transformar subordinados em seguidores. No texto de hoje vamos debater aqui características e atitudes que podem auxiliar o trabalho de um líder e a transição de alguém que manda para alguém que inspira.

Seja humano

Parece óbvio aconselhar alguém a ser humano, mas afinal o que é ser humano? Os seres humanos possuem falhas, diferenças, hábitos, gostos e etc. Nenhum ser humano é perfeito ou segue um modelo padrão, e pessoas que tentam aparentar ser perfeitas não inspiram outras pessoas, afinal se uma pessoa fosse perfeita, ela não precisaria de ajuda e poderia resolver tudo sozinha, então por que alguém iria querer segui-la?

Quando um líder revela suas fraquezas, falhas e diferenças, ele se torna acessível e nos mostra quem ele realmente é, estabelece uma ligação de confiança e de identificação com as pessoas que o rodeiam. Admitir que você tem problemas para falar em público, um problema de saúde ou até mesmo possuir uma aparência “fora do padrão” faz com que as pessoas entendam que apesar das suas singularidades, seus defeitos ou costumes, elas também são capazes de evoluir e de entregar resultados.

Pratique a empatia

Está na moda hoje em dia dizer que líderes precisam demonstrar que se importam com seus funcionários. E não existe nada pior que ver um gerente ou diretor voltando de um treinamento para relações interpessoais com súbitas preocupações com o bem estar de outras pessoas. Os verdadeiros líderes não deveriam precisar de treinamentos e cursos para poder se importar com as outras pessoas que o cercam, a empatia deve vir com naturalidade e de forma passional. Afinal aquelas pessoas não estão ali apenas para trabalhar para você e obedecer, elas estão lá também para possibilitar que a empresa cresça e crescer junto com ela, então o bem-estar de cada uma delas é tão importante quanto o bem estar da organização em si. Não é sobre demonstrar que se importa, é sobre se importar e demonstrar o quanto se importa. Não só pergunte o tempo todo se as pessoas estão bem, observe como elas se comportam quando estão bem e quando não estão, sinta o ambiente da empresa e o clima da organização. Conheça as pessoas que lhe rodeiam, independente do cargo ou tempo que elas estão na empresa. Seja genuíno e faça com que as pessoas se sintam confortáveis perto de você. Lembre-se que não existe um líder sem uma equipe.

Aprenda com as situações

Há uma ligação histórica que conecta grandes líderes com situações de impacto, eventos intensos ou até traumáticos que transformam a forma de liderar das pessoas. Muito se diz de um líder pela forma que ele se comporta em meio a adversidades. São nos momentos de crise em que os seguidores vão buscar em líderes por inspiração e meios de superar e evoluir. Uma pesquisa publicada em 2002 pela Harvard Business Review que entrevistou mais de 40 dos maiores líderes do setor privado e público apontou que todos eles, independente de idade ou tempo de experiência, sabiam apontar um momento intenso e decisivo que moldou a sua forma de liderar suas respectivas equipes. Alguns deles traumáticos e ligados a experiências de humilhação ou preconceito, outros positivos, com experiências de grande mentoria e desafios.

A forma de lidar com as adversidades e essa combinação de resiliência com a capacidade de se adaptar cria uma  conexão entre líder e seguidor, inspirando as pessoas a evoluir e criando a sensação de pertencimento com a organização, que por si só é extremamente necessária para a evolução e funcionamento da empresa.

Todas essas atitudes, apesar de necessárias para um desenvolvimento como líder, não são uma fórmula mágica e nem podem ser realizadas de forma mecânica. Elas devem ser, ou se tornar parte do cotidiano e da personalidade de um gestor que quer ser mais que um chefe e ser também um líder. E é por isso que muitos métodos que tentam formular “receitas” para liderança tem falhado. É preciso ser consciente das habilidades citadas aqui e em vários outros espaços que trabalham liderança e manipulá-las de acordo com um contexto e um modelo de liderança que funcione para você.

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